Desde que Dirie quebrou o tabu do silêncio, ela escreveu vários livros sobre a sua vida, iniciando uma luta contra a circuncisão feminina. O livro “ Flor do Deserto” já vendeu mais de 11 milhões de cópias e a sua filmagem representou a Alemanha no último Festival de Cinema de Veneza.
"Flor do Deserto", o filme baseado em sua autobiografia, é um protesto poderoso contra a mutilação genital feminina, uma prática comum na África e em outras partes do mundo.
Dirie foi uma dos 12 filhos de uma família nómada da Somália. Aos 13 anos escapou de ser vendida como esposa para um homem de 60 anos, por cinco camelos. Após fugir para Mogadíscio, seguiu para Londres, acompanhando seu tio diplomata.
Como autodidacta, ela aprendeu a ler e a escrever. Ao ser descoberta por um fotógrafo para uma campanha da cadeia McDonald's, cinco anos mais tarde, Dirie ganhou fama mundial.
Na película, a vida da pequena pastora de ovelhas no seio da família nómada somali-muçulmana aparece primeiramente como um paraíso romântico africano. Após um salto de muitos anos no tempo, ela é mostrada andando sem-tecto pelas ruas de Londres, trabalhando como empregada até ser descoberta por um fotógrafo famoso.
Cenas de sua meteórica carreira de modelo são alternadas com flashbacks de seu passado traumático e sangrento. Hormann afirmou que o que lhe interessou na história de Dirie foi o facto de "não ser uma vítima". "Ela está actuante até hoje", observa a directora.
Por: Daniela Marques.
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