segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Taxa de cobertura de Portugal durante a 2ª Guerra Mundial

 Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal estava sobre um regime político a que podemos chamar fascista (Estado Novo) e que, embora se declarasse neutro, era um país que vendia os seus produtos aos países que pagassem mais, fossem aliados, neutros ou do eixo. Recorde-se aqui que o fornecimento de volfrâmio português à Alemanha constituía, praticamente desde o início da guerra, um dos principais focos de tensão entre Portugal e os Aliados. Nos primeiros meses de 1943, a situação neste campo ainda mais se deteriorou quando, em Abril, sem informar os Aliados, o Governo português assinou um novo acordo com a Alemanha, continuando a garantir a venda aos germânicos de uma quantidade considerável deste minério. Na altura, os Estados Unidos sugeriram a implementação de retaliações ao nível dos fornecimentos a Portugal, mas, uma vez mais, a posição britânica foi favorável a negociações. Foram estas negociações que conduziram à assinatura do acordo de 19 de Junho, já bastante mais consentâneo com os interesses americanos e britânicos, aumentando até 50% a quota da chamada “exportação livre” e garantindo assim aos aliados uma posição bastante mais vantajosa.
  Embora, tal como já foi referido, Portugal fosse para todos os efeitos um país neutro no panorama da Segunda Guerra Mundial, exportava uma série de produtos para os países em conflito, como açúcar, tabaco e, principalmente, volfrâmio.






  Como podemos ver por estes gráficos, verifica-se na balança comercial portuguesa, pela primeira vez, saldos positivos entre 1941 e 1943, ou seja, entre estes anos, Portugal apresentava uma taxa de cobertura superior a 1, o que significa que as exportações eram superiores às importações.


Por: Ana Beatriz Bandeira
Fonte: História de Portugal, círculo de leitores, sétimo volume
       Os anos de Salazar, 1943-1945, Centro editor PDA, vol.6

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